quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

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Cozinha Orgânica 
Coffe Braek e Coquetéis
















Hábitos alimentares são determinantes para a manutenção da boa saúde

alimentacao radis 533 x 300Do tradicional feijão com arroz, passando por legumes, proteínas e doces, nada escapa do apetite do carioca Leandro, de 18 anos. Desde pequeno, ele sempre “bateu o maior bolão”, diz a mãe Rose Mery Nascimento Oscar. E a receita seguida por ela para cuidar da alimentação de Leandro e de sua irmã Priscilla, 24 anos, foi uma só: alimentos frescos e naturais. Empregada doméstica, Rose sempre trabalhou fora, mas saía de casa deixando a “comida de fogão”, como ela diz, sempre prontinha. “Eu cozinhava no final de semana. Deu trabalho para organizar o esquema da comida, mas sei que isso foi muito importante para o crescimento deles”, comenta.
O cuidado de Rose com a alimentação diária fez com que seus filhos crescessem mais saudáveis. “É isso o que faz a gente estar vivo. Esse é um insumo básico para o funcionamento do organismo junto com o ar e a água”, diz a nutricionista Elisabetta Recine, coordenadora do Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e Nutrição da Universidade de Brasília (UnB). Segundo Elisabetta, a alimentação é essencial para o equilíbrio orgânico e tanto pode ser um fator de proteção quanto de risco. “É o equilíbrio entre os nutrientes que consumimos por meio da alimentação e sua quantidade que fazem com que gente tenha maior ou menor saúde”, diz.
Giane Molinari, diretora da Escola de Nutrição da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), ressalta que, para além das escolhas individuais, a alimentação saudável é imprescindível para a manutenção da boa saúde e promoção da qualidade de vida. Ela lembra que é a partir do alimento que mãe e filho estabelecem a primeira relação afetiva, e esclarece que a relação inadequada do indivíduo com a comida é responsável por sérios impactos no organismo. “Os problemas de saúde estão relacionados às práticas alimentares. A carência pode levar à deficiência de vitaminas e minerais e o excesso, ao sobrepeso e à obesidade”, adverte. A nutricionista recomenda, como regra básica, observar qualidade e quantidade na hora de servir o prato de cada dia. “É possível ter muita quantidade com baixa qualidade ou vice-versa”, adverte.

Alimentação equilibrada desde a infância e hábitos de vida saudáveis, como a prática de esportes, é o que recomenda o cardiologista Clênio Reis, do Recife.

O médico esclarece que a alimentação saudável equivale ao alicerce de uma construção e é uma base sólida para a saúde. “As doenças dependem da carga genética herdada, de hábitos de vida e do meio ambiente que nos cerca. Excesso de sal e gorduras aumentam o risco de hipertensão e cardiopatias na idade adulta, particularmente no adulto jovem. E doenças como diabetes e câncer também estão associadas a maus hábitos alimentares”, lembra. “Tudo o que consumimos impacta na qualidade e quantidade de vida”.

Foi a busca por qualidade de vida que impulsionou a carioca Verena Buschle a mudar seus hábitos alimentares. Ela se tornou vegetariana há 25 anos, depois de notar que certos alimentos não “caíam bem”. Consultora alimentar com formação na Akademie für Ernährung, de Berlim e especializada em alimentação viva, Verena defende que comer é muito mais do que colocar comida no prato para matar a fome. “Alimentação saudável é aquela que me faz bem, que dá — e não tira — energia, vitalidade, clareza mental, bom sono, boa digestão e boas emoções. E isso pode variar de pessoa pra pessoa”, define. Adepta de uma alimentação mais natural, a consultora recomenda atenção com o excesso de açúcar, as frituras, a proteína animal e o glúten. “Esses são hábitos alimentares nocivos à saúde e criam o ambiente perfeito para o desenvolvimento de doenças”, afirma.
  
Saúde em dia
Quem quer manter o corpo saudável busca uma dieta balanceada para fornecer ao organismo nutrientes essenciais e fazer o corpo humano funcionar. Mas os especialistas advertem que alimentação adequada e saudável vai além dos nutrientes. “Comida não é algo funcional, que visa satisfazer apenas necessidades nutricionais. Ela extrapola o biológico e influencia aspectos afetivos, econômicos, sociais e ambientais”, explica Giane. Pedro, de 8 anos, é exemplo da relação que há entre as decisões familiares e hábitos à mesa. Desde pequeno, sua alimentação é acompanhada pelos pais, Sonia e Marcio Goldzweig. No prato de Pedro não faltam arroz, feijão, legumes e proteína. No café, cereais, pão e uma fruta, conta a mãe, que introduziu na dieta do filho alimentos de sua terra natal, Fortaleza. “Ele gosta de baião de dois e do frango ensopado feito pela avó. Do Ceará, ama o suco de cajá, tapioca e cuscuz amarelinho”, diz Sonia.
Giane destaca ainda que a família desempenha um papel central na alimentação e lamenta a perda da comensalidade [ato de comer junto], dada a correria diária e o pouco tempo que as pessoas dispõem. “Fazer a comida com a família e trocar ideias foi substituído por práticas alimentares mais individualizadas. Hoje há preferência por uma alimentação mais rápida e prática. Isso implica em alimentos embalados, semiprontos, com muito sal, aditivos, gordura e açúcar e que prejudicam a saúde das pessoas”, adverte. Na casa da empresária Cláudia Homem de Mello, do Recife, a mesa promove o encontro da família. “Procuramos fazer as refeições juntos. É ali que eu consigo colocar a conversa em dia. E ainda vejo como eles estão se alimentando”, diz. Com três filhos, Cláudia observa que os filhos diferem quando o assunto é alimentação. Luísa, de 15 anos, nunca gostou de comer. Bruno, de 11, ao contrário, come bem desde pequeno e prova de tudo. Já a caçula Maria não é muito chegada às saladas. “Eles são muito diferentes. Eu sempre apresentei os alimentos para eles e vi que é possível influenciar na formação do paladar”, disse a empresária, moradora do Recife.

Alimentos saudáveis
“Nada melhor do que feijão e arroz”, ensina a nutricionista Inês Rugani, professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Ela recomenda o resgate de receitas antigas e tradicionais aí incluídas as plantas alimentícias não convencionais (PANC), como ora pro nobis, serralha, beldroega, capuchinha, caruru, taioba, entre outras. Inês defende uma maior valorização da comida feita em casa. “Esse é o contraponto contra a opção por comidas industrializadas”, argumenta. A nutricionista critica também o uso da tradicional pirâmide alimentar como indicador de alimentação saudável — que considera, hoje, superada. “Ela colocava em uma mesma categoria batata, arroz e biscoitos dando a entender que seriam a mesma coisa. Não são”, ensina. “Hoje, a lógica é que o ultraprocessado, como é o caso do biscoito, pertence a outra categoria e que não dá para juntar alimentos que vêm da natureza com outros que são industrializados”, argumenta.
Inês acredita ainda que é preciso garantir que a produção do alimento seja sustentável. Ela advoga que “a comida que a gente quer é a comida de verdade, feita por gente de verdade e que preserve a nossa história”, enfatiza. “Defendemos que a comida tenha como base os alimentos in natura ou minimamente processados, com receitas regionais e fruto da nossa agrobiodiversidade”, diz a pesquisadora, que integra o Grupo Temático Alimentação e Nutrição em Saúde Coletiva da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

Receitas de saúde por meio dos alimentos são dadas pelo Guia Alimentar para a População Brasileira, que recomenda evitar, entre outros itens, refrigerantes, gorduras, alimentos processados e ultraprocessados. Lançado em 2015, o guia deixa de lado a visão restritiva da ingestão dos micronutrientes e se volta para os alimentos que contêm e fornecem esses nutrientes, como eles são combinados entre si e preparados. A publicação é uma das estratégias para implementação da diretriz de promoção da alimentação adequada e saudável, que integra a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), de 1999. Publicado pelo Ministério da Saúde, a ideia é que o guia seja “utilizado nas casas das pessoas, nas unidades de saúde, nas escolas e em todo e qualquer espaço onde atividades de promoção da saúde tenham lugar, como centros comunitários, centros de referência de assistência social, sindicatos, centros de formação de trabalhadores e sedes de movimentos sociais”.
De forma prática, as orientações do guia podem ser resumidas nos Dez Passos para a Alimentação Saudável. São elas: utilizar alimentos frescos ou minimamente processados; utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias; limitar o consumo de alimentos processados; evitar o consumo de alimentos ultraprocessados; comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia; fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados; desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias; planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece; dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora; ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais.

Importância da boa alimentação
  • O alimento é condição ESSENCIAL para a vida e ajuda no BOM FUNCIONAMENTO do organismo. Alimentação correta é aquela que é ingerida na quantidade e variedade adequadas.
  • A boa alimentação auxilia na manutenção da saúde, na PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE DOENÇAS, no desempenho da atividade física esportiva, no controle do peso, nos estados de alergias e intolerâncias alimentares e na redução de fatores de risco para doenças crônicas.
  • A CARÊNCIA ou o EXCESSO de nutrientes pode levar a doenças cardíacas, obesidade, gengivites, desnutrição, diabetes, hipertensão.
  • Excesso de sal e gorduras na comida aumenta risco de HIPERTENSÃO e CARDIOPATIAS na idade adulta.
  • Doenças como DIABETES e CÂNCER também estão associadas à alimentação.
Por: Liseane Morosini/ Revista Radis* - Reportagem publicada na edição 172 da Revista Radis (janeiro de 2017)

10 dicas práticas para ter hábitos alimentares mais saudáveis em 2017

Promoção da Saúde

cafedamanha1Nas listas de resoluções do começo do ano sempre tem alguém ansioso por adotar uma vida mais saudável. Mas toda mudança de hábito é um  desafio . Por isso, o Blog da Saúde preparou um plano de ação, com dez dicas,  baseadas nas diretrizes do Guia Alimentar Para a População Brasileira do Ministério da Saúde.
Menos é Mais    
Faça a escolha certa na hora que estiver no mercado.  Se você levar um monte de alimentos industrializados, vão ser eles que estarão a sua disposição na hora que a fome apertar. Faça boas escolhas! Menos industrializados é sempre melhor. Planeje as compras, organize a despensa e defina, com antecedência, o cardápio da semana.
Alimentacaosaudavel
Ao invés de levar sucos industrializados de caixinha ou em pó, prefira as frutas in natura e faça você mesmo seu suco. Outra opção são as polpas de fruta sem açúcar que podem ser congeladas e utilizadas por mais tempo.

Biscoitos são muito consumidos nos lanches pela praticidade e facilidade. Tente evitar coloca-los no carrinho e opte por frutas frescas ou secas, castanhas ou nozes, iogurte natural ou alguma preparação culinária que você aprecie como uma tapioca com queijo.

E lembre-se: na hora de escolher leite ou iogurte, opte pelas opções sem gordura ou com menos gordura (desnatados ou semidesnatados) que são adequados e indicados para os adultos.

O início do dia
O café da manhã é uma das refeições mais importantes do dia. No Brasil alguns itens aparecem entre os mais populares. São eles o café e variações (com leite, cappuccino) e o pão.  O café da manhã é uma ótima oportunidade para inserir uma fruta na alimentação. Você pode consumir a fruta in natura ou junto com leite ou iogurte ou até mesmo na forma de suco. Seguem algumas sugestões, segundo o Guia Alimenta para a População Brasileira.

cafedamanha
Sem açúcar na bebida

Há quem diga que o gosto do café puro é bem melhor, mas que leva um certo tempo para se acostumar. Se você ainda não consegue tirar o açúcar das refeições de casa de uma forma mais abrangente, comece pelo café e o chá. Tente experimentar os dois. Há chás caseiros muito fáceis de fazer como é o caso do chá de hortelã, abacaxi, laranja ou limão. Não gosta quente?! Experimente gelado no lanche da tarde ou antes de dormir. Anote uma receita:

Chá de abacaxi com hortelã
chadeabacaxiIngredientes
casca de 1 abacaxi
1,5 litro de água
3 saquinhos de chá de hortelã
Mel a gosto para adoçar

Modo de Preparo
1.    Com uma escovinha para legumes, lave bem o abacaxi, com a casca, em água corrente. Corte e descarte a coroa e a base da fruta.
2. Numa tábua, descasque o abacaxi e reserve a polpa na geladeira para outra preparação. Corte a casca em pedaços grandes e transfira para uma panela média.
3. Cubra as cascas com a água e leve ao fogo alto. Assim que ferver, diminua o fogo para médio e deixe cozinhar por 40 minutos, com a tampa entreaberta.
4. Desligue o fogo e junte os saquinhos de hortelã. Tampe a panela e deixe em infusão por 5 minutos. Coe o chá e adoce com mel a gosto. Transfira para uma chaleira e sirva a seguir.

Fonte: Portal Panelinha 

Mais tempero no feijão
O feijão é um dos alimentos mais populares, juntamente com o parceiro inseparável: o arroz !. O Brasil tem uma variedade de feijões que traz sempre versatilidade para a refeição, sendo altamente consumido em todo o território. Confira na receita ilustrada como deixar o feijão mais saboroso, com menos óleo no preparo e menos sal.

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Outros temperos

O uso do óleo e do sal também pode ser reduzido no arroz ou em outros alimentos. Use os temperos da sua região. Na cozinha não podemos nos limitar ao alho e a cebola na hora de temperar nossas receitas, ainda mais porque o uso de temperos reduz a quantidade de sal que colocamos nas preparações. Temos que ousar e incrementar as receitas com as ervas e as especiarias.
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Outras sugestão de temperos para combinar em casa:

Açafrão da terra ou cúrcuma -  É uma planta da mesma família do gengibre. É utilizada em comidas principalmente na região de Goiás. Participa da composição de currys e do molho de mostarda.

Coentro (Coriandrum sativum) - Pode ser usado tanto a folha, que possui um sabor e cheiro mais acentuado, quanto a semente que possui um aroma mais delicado. Pode ser utilizado em preparações como peixes assados, frangos, churrascos e sopas.

Gengibre (Zimgiber officinalle) - É uma raiz, tem um sabor bem forte e pode ser utilizada em bebidas quentes (quentão), biscoitos, pães e carnes.

Orégano (Origanum vulgare) - É uma erva rasteira, com aroma bem forte. Pode ser usada para enfeitar, condimentar e aromatizar. Muito utilizada em molhos, bifes, pão, pizzas e também para temperar queijos.

Páprica - É um pó vermelho que é extraído do pimentão. Existem dois tipos: a apimentada e a doce, mais suave. Utilizada em ensopados, patês, saladas, carnes e aves.

Fonte: Na Cozinha frutas, legumes e verduras

Traga o lanche de Casa

Para não correr o risco de comer alimentos ultraprocessados , que são vendidos geralmente perto do trabalho ou da escola, leve sempre com você frutas frescas ou até mesmo secas quando sair de casa.  Se for uma banana, uvas ou maçã,  você pode enrolar a fruta no papel filme ou no alumínio para que ela não fique amassada demais ou abra antes da hora do lanche da tarde, por exemplo.

Se preferir frutas sem cascas, tente cortar a manga, o melão ou o mamão um dia antes e coloque numa vasilha na geladeira. Lembre-se que se você deixar para a última hora, pode não ter tempo suficiente para descascar o alimento. Se organize para não desistir de manter a resolução em prática e mesmo se não conseguir hoje, amanhã tente novamente. Como já mostramos no café da manhã, frutas podem vir juntas de outros alimentos.


Tente algo novo

Já pensou em sair da rotina e tentar experimentar uma fruta da sua região que ainda não conhece? No quiz abaixo temos alguns nomes, todos parte da diversidade brasileira, que podem entrar na sua lista para experimentar pela primeira vez.
 

Macarrão Caseiro
MACARRÃOPor que não preparar a própria massa que vai usar no jantar com os amigos?! Ao invés do pacote fechado de macarrão, tente uma vez, você mesmo fazer o  seu.

Se ainda assim achar a receita difícil, tente o macarrão de abobrinha ou de cenoura, que você pode fazer apenas usando o ralador certo.

Foto: Amanda Britto
De tempero e molho, use alho e azeite ao invés dos prontos ou o próprio tomate e acrescente carne moída no preparo! Confira no vídeo como fazer seu próprio molho de tomates.


Não sabe por onde nem começar

Se você não sabe ainda cozinhar e se sente inseguro de se aventurar na cozinha, converse com alguém que possa te ensinar sobre o assunto. Pegue dicas e anote o passo a passo do preparo dos alimentos, até se sentir independente para cozinhar sozinho. Podem ser amigos, familiares... Se há a oportunidade de fazer um curso, faça. Se não há, a internet pode te ajudar!
A Rita Lobo tem uma série de receitas disponíveis baseadas nas diretrizes do Ministério da Saúde.  Ela tem um curso disponível no Youtube que ensina princípios básicos e preparação de comida de verdade.  Assista e aprenda:


Sem pressa
Encare o ato de comer como um momento privilegiado de prazer e reavalie como você está usando seu tempo, considerando quais atividades podem dar espaço para a refeição. Evite comer na mesa do trabalho, andando, dentro do carro ou em transportes públicos.

Se você tiver tempo, poderá fazer escolhas melhores e não irá comer apenas para parar o ronco do estômago rapidamente. Preparo (até para comer) faz diferença para alcançar a meta de começar o ano com hábitos mais saudáveis.

Gabi Kopko, para o Blog da Saúde

Sobrepeso afeta quase metade da população de todos os países da América Latina e Caribe


Fonte: FAO/OPAS - Segunda-feira, 23 de Janeiro de 2017

A obesidade e o sobrepeso vêm aumentando em toda a América Latina e Caribe, com um impacto maior nas mulheres e uma tendência de crescimento nas crianças, apontaram hoje a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS). De acordo com o novo relatório conjunto – Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e Caribe (disponível em espanhol), 58% da população latino-americana e caribenha estão com sobrepeso (360 milhões de pessoas).

Salvos Haiti (38,5%), Paraguai (48,5%) e Nicarágua (49,4%), o sobrepeso afeta a mais da metade da população de todos os países da região, sendo Chile (63%), México (64%) e Bahamas (69%) os que registram as taxas mais altas.

A obesidade afeta a 140 milhões de pessoas, 23% da população regional e as maiores prevalências são observadas em todos os países do Caribe: Bahamas (36,2%) Barbados (31,3%), Trinidad e Tobago (31,1%) e Antígua e Barbuda (30,9%).
O aumento da obesidade impacta de maneira desproporcionada as mulheres: em mais de 20 países da América Latina e Caribe, a taxa de obesidade feminina é 10% maior que a dos homens.
Segundo a representante regional da FAO, Eve Crowley, “a América Latina e o Caribe devem enfrentar todas as formas de fome e de má nutrição para poder alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, vinculando a segurança alimentar, sustentabilidade, agricultura, nutrição e saúde”.

A diretora da OPAS, Carissa F. Etienne, explicou que “a região enfrenta uma dupla carga da má nutrição que deve ser combatida com uma alimentação balanceada que inclua alimentos frescos, saudáveis, nutritivos e produzidos de forma sustentável, além de abordar os principais fatores sociais que determinam a má nutrição”, por exemplo a falta de acesso a alimentos saudáveis, à água e saneamento, serviços de educação e saúde e programas de proteção social, entre outros.

Unir agricultura, alimentação, nutrição e saúde
O Panorama aponta que um dos fatores que explica o aumento da obesidade e o sobrepeso é a mudança nos padrões alimentares. O crescimento econômico, o aumento da urbanização, a renda média das pessoas e a aproximação da região aos mercados internacionais reduziram o consumo de pratos tradicionais e aumentou o consumo de produtos ultraprocessados, um problema que afeta principalmente as áreas e os países que são importadores desses alimentos.
Para mudar esse quadro, a FAO e a OPAS sugerem promover sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis que unam agricultura, alimentação, nutrição e saúde. Os países devem fomentar a produção sustentável de alimentos frescos, seguros e nutritivos, garantindo a oferta, a diversidade e o acesso aos mesmos, principalmente da população mais vulnerável. Isso deve ser complementado com educação nutricional e advertências para os consumidores sobre a composição nutricional dos alimentos ricos em açúcar, gordura e sal.

 
Desnutrição infantil cai, mas ainda afeta os mais pobres
De acordo com o Panorama, a região conseguiu reduzir consideravelmente a fome e hoje apenas 5,5% da população está subalimentada, sendo o Caribe a sub-região com maior prevalência (19,8%), devido ao fato que o Haiti tem a prevalência de subalimentação mais alta do planeta: 53,4%.
A desnutrição crônica infantil (altura baixa para a idade) na América Latina e Caribe também registrou uma evolução positiva: caiu de 24,5% em 1990 para 11,3% em 2015, uma redução de 7,8 milhões de crianças.
Apesar desse importante avanço, atualmente, 6,1 milhões de crianças ainda sofrem de desnutrição crônica: 3,3 milhões na América do Sul, 2,6 milhões na América Central e 200 mil no Caribe; 700 mil crianças sofrem com desnutrição aguda, sendo 1,3% menores de cinco anos.
Praticamente todos os países conseguiram melhorar a nutrição das crianças, mas cabe destacar que a desnutrição afeta mais a população mais pobre e de áreas rurais. “São nesses locais que os governos devem concentrar os esforços”, salienta Crowley.
As prevalências mais altas de desnutrição crônica infantil na região são registradas na Guatemala (2014-2015), e Equador (2012-2013), já o Chile e Santa Lucía têm as menores taxas. A desnutrição crônica apresenta níveis superiores em áreas rurais de todos os países analisados.
Aumenta o sobrepeso infantil
O Panorama aponta que na América Latina e Caribe, 7,2% das crianças menores de cinco anos estão com sobrepeso, o que representa um total de 3,9 milhões de crianças, sendo que 2,5 milhões moram na América do Sul, 1,1 milhão na América Central e 200 mil no Caribe.
As taxas mais elevadas de sobrepeso infantil entre 1990 e 2015 foram registradas – em números totais – na América Central (onde a taxa cresceu de 5,1% para 7%). O maior aumento na prevalência foi registrado no Caribe (cuja taxa aumentou de 4,3% a 6,8%). Já na América Sul – a sub-região mais afetada pelo sobrepeso infantil – houve uma leve diminuição de 7,5% para 7,4%.

Políticas para melhorar a nutrição
De acordo com o Panorama, Barbados, Dominica e México aprovaram impostos para as bebidas açucaradas e Bolívia, Chile, Peru e Equador contam com leis de alimentação saudável que regulam a publicidade e/os rótulos dos alimentos.
A diretora da OPAS ressaltou que essas medidas devem ser complementadas com políticas para aumentar a oferta e acesso a alimentos frescos e água segura, com o fortalecimento da agricultura familiar, a implementação de circuitos curtos de produção e comercialização de alimentos, sistemas de compras públicas e programas de educação alimentar e nutricional.

Melhorar a sustentabilidade da agricultura
A trajetória atual de crescimento agrícola regional é insustentável, devido, entre outros fatores, às graves consequências pelas quais passam os ecossistemas e recursos naturais da região.
“A sustentabilidade da oferta alimentar e sua diversidade futura estão sob ameaça, a menos que mudemos a forma como estamos fazendo as coisas”, disse Crowley, destacando que 127 milhões de toneladas de alimentos se perdem ou são desperdiçados anualmente na América Latina e Caribe.
Segundo a FAO e OPAS, é necessário tornar mais eficiente e sustentável o uso da terra e dos recursos naturais, melhorar as técnicas de produção, armazenamento e transformação e processamento dos alimentos, bem como reduzir as perdas e os desperdícios de alimentos para assegurar o acesso equitativo dos mesmos.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Alimentos Orgânicos e Agroecológicos em Maringá! Você já pode fazer a sua encomenda!

Você já pode fazer a sua encomenda!  
Receba os Alimentos Orgânicos em Sua Residência
Maringá Sarandi e Paiçandu (Taxa de entrega R$ 10,00)
Faça a encomenda até o dia 10/04 - Segunda Feira.
Receba ou Retire no dia 13/03 - Quinta Feira.
Horário para receber: A partir das 13h30m até às 18h!
www.naturinga.com.br